Conhecendo a Depressão
Em algumas fases ou acontecimentos de nossa vida podemos sentir-nos desanimados ou até mesmo tristes. Tais sentimentos são normais se forem transitórios e, se houver motivos desencadeantes externos, como por exemplo: separação conjugal, luto, perda de emprego, enfim. É importante salientar que há diferenças importantes entre depressão e tristeza. Estar triste não significa necessariamente estar com depressão.
Por outro lado, a depressão, enquanto evento/doença psiquiátrica é algo bastante diferente: pode surgir sem motivo desencadeante e é uma doença como outra qualquer (asma, diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial sistêmica, etc) que exige tratamento adequado e especializado.
A gravidade dos sintomas e a interferência deles na capacidade mental, física, emocional e laboral do indivíduo é que irão caracterizar a doença.
Etiologia da depressão:
As causas de depressão são multifatorias, ou seja, causas hereditárias, ambientais, sociais, as quais dependendo da maneira que interagem uma com as outras podem desencadear a doença.
Reconhecendo sinais e sintomas da depressão:
SINTOMAS NEUROPSIQUIÁTRICOS:
Vertigem (“tonturas”);
Sensação de “vazio na cabeça”;
“Zumbido nos ouvidos”;
Desatenção e dificuldade de concentração (como por exemplo: dificuldade para prestar atenção em músicas, filmes, novelas, notícias...);
Esquecimento para atividades do dia-a-dia;
Dificuldade para lembrar dos compromissos;
SINTOMAS FÍSICOS:
Sensação constante de cansaço, fraqueza, desânimo, mal estar;
Falta de energia para as atividades corriqueiras;
Dores em todo o corpo, ou na região cervical (pescoço), nas costas, pernas, braços... (“tudo dói”);
Diminuição ou aumento do apetite;
Insônia ou excesso de sono;
Falta de ar (sensação de “sufocação”);
“Aperto” ou dor no peito;
Aumento ou diminuição do peso sem estar fazendo regime ou ter aumentado a ingestão alimentar;
Baixa da libido (da vontade de ter relações sexuais);
Pode haver piora dos sintomas pela manhã;
SINTOMAS PSÍQUICOS:
Irritabilidade e impaciência;
Tristeza, humor deprimido, vontade de chorar sem motivo desencadeante;
Pouca tolerância com terceiros e com frustrações;
Pensamento lentificado;
Ansiedade (angústia);
Impressão de ver vultos ou de escutar barulhos (alucinações visuais e/ou auditivas);
Desconfiança;
Pensamentos ruins, pessimistas;
Sentimento de culpa, o indivíduo pode acreditar ser responsável pelo sofrimento de familiares ou de terceiros;
Baixa da confiança em si próprio, acreditando que não é mais capaz (baixa auto estima);
Perda da motivação para as atividades que anteriormente gostava;
Isolamento: perda da vontade de sair de casa, de conversar com os familiares e amigos;
Pensamentos que a vida não “não vale a pena”, “que não tem mais sentido”;
Medo, insegurança;
A depressão pode também cursar com retardo psicomotor (lentidão de pensamento ou dos movimentos), interesse diminuído por todas ou quase todas as atividades da vida diária e por aquelas que o indivíduo gostava e tinha prazer em realizar, insônia ou hipersônia, irritabilidade, capacidade diminuída para pensar ou concentrar-se e indecisão.
Pode haver também diminuição das funções cognitivas: diminuição da memória, da concentração e da vigília e alterações neuro-vegetativas: sono e apetite.
Procure seu médico psiquiatra e/ou psicólogo caso você apresente problemas dessa ordem que esteja atrapalhando suas atividades do dia-a-dia.
Dr. Jeferson Ambros Recchia, Médico Psiquiatra